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Já tomou Axé? Conheça a bebida que chama atenção nas ladeiras em Olinda

Acessível ao bolso, bebida é bastante procurada nos dias de Carnaval

Publicada em 27/01/23 às 10:46h - 21 visualizações

por folhape.com.br


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 (Foto: folhape.com.br)
No dicionário, “axé” significa força de realização e manifestação do poder divino. Mas no Sítio Histórico de Olinda, mais especificamente na rua do Amparo, é bebida feita para aguentar o rojão do Carnaval. Em pequenas garrafas de plástico, o líquido marrom escuro, com pouco mais de 30% de teor alcoólico, é consumido gelado por quem conhece o produto ou já ouviu falar dele por algum amigo empolgado.

Com origem africana
A escolha tem seus (vários) motivos. No bolso, uma opção barata. O recipiente de 200ml sai por apenas R$ 6, enquanto o de 500ml custa R$ 15. Poucas doses são suficientes para os efeitos etílicos, provocados pela composição de cachaça, açúcar, extrato alcoólico de ervas e água, acrescidos a mel e semente de guaraná - responsável por combater o cansaço e repor energia. O sabor levemente adocicado é um atrativo para agradar qualquer paladar.

Junte essa relação do custo x benefício à mensagem inerente ao “axé”: o destilado ‘raiz’ de Olinda, que faz a cabeça de quem vai na contramão das grandes indústrias. Isso porque a história faz referência à sua origem africana, no então chamado “Axé de Fala”. Mais ainda, porque a cidade tem história com bebidas artesanais e outras batidas artesanais, tal como o famoso “Pau do Índio”, conhecido por seu gosto amargo e alto teor alcoólico, comercializado há mais de 30 anos no município.

A mais tradicional
Mas há tempos existe a produção mais tradicional que se tem notícia no Sítio Histórico. A Casa do Axé, na rua do Amparo, comercializa o produto há mais de duas décadas. Tão famosa, que poucos minutos no endereço são suficientes para ver turistas e nativos comprando no local. Convencida por uma amiga, a paulista Larissa Costa provou a bebida pela primeira vez e, logo, sentenciou: “é boa”.

À frente da produção está a olindense Shirley Castro, 42, que adaptou a receita de um amigo da sua mãe. “Somos o primeiro Axé registrado no Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), além de termos o registro de marca”, diz orgulhosa, apontando para os documentos e lembrando a época em que a ausência desses selos impediram a comercialização da bebida por dois anos. Período em que alguns fãs do destilado chegaram a dizer que estavam com abstinência.

Para todos os públicos
Com a regularização, a bebida foi enquadrada na categoria de licor - que abrange fabricações alcoólicas que podem ser compostas por ervas, frutas e outros elementos. Segundo Shirley, seu blend é formado por seis ervas aromáticas - permitidas pela Anvisa - encontradas no comércio local, incluindo cravo e canela. “Nós crescemos e, hoje, estamos numa fábrica maior, em um espaço terceirizado em Garanhuns”, emenda. De lá, eles abastecem conveniências, padaria e comerciantes no geral, além de receber pedido direto pelo WhatsApp e Instagram.

“Mas até chegar aqui foi preciso colocar em prática toda a qualificação e treinamento de uma empresa de Engenharia Química e de Alimentos da Universidade Federal de Pernambuco”, detalha o marido de Shirley, e grande apoiador do seu trabalho, Jipson Pitta, lembrando que o axé já foi considerado a segunda bebida mais procurada das ladeiras.

Não à toa, fevereiro é o período em que a marca produz, em média, quatro mil litros do destilado. Essa quantidade cai para metade em outras épocas do ano. Mesmo assim, não é difícil encontrar postagens, inclusive fora do Brasil, de quem não dispensa tomar uma garrafinha geladinha. “Tem até gente da França e da Bélgica. Inclusive, a gente manda para outras regiões do Brasil e do mundo”, conta Shirley. 




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