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Exposição em Olinda retoma arte de Humberto Peixoto

\"Humberto Peixoto: Linhas Cruzadas\" será aberta nesta terça-feira (15), na Casa Estação da Luz

Publicada em 15/10/24 às 22:44h - 45 visualizações

por Germana Macambira


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 (Foto: Foto: Júnior Soares / Folha de Pernambuco)
Pela forma ou pelas cores sempre contrastantes, são muitas as direções da arte assinada pelo pernambucano Humberto Peixoto, 76, artista visual e coreógrafo, e um dos nomes da contracultura no Estado.

Atuante desde a década de 1970 junto ao Vivencial - grupo teatral de Olinda, referência nacional, símbolo de resistência e ousadia artística - de hoje até 3 de novembro, na Casa Estação da Luz, ele retorna ao público com a exposição "Humberto Peixoto: Linhas Cruzadas", em cartaz na galeria térrea do espaço, com abertura nesta terça-feira (15), a partir das 19h.

Será a primeira mostra individual do artista que se autointitula "dionisíaco, atirando-se em voos cegos da vida". 

"Comecei a fazer as peças no começo de abril de 2020. Eu tinha ficado totalmente isolado, por seis meses. Sempre gostei de trabalhar com materiais de rejeito. E tinha lido muito sobre os usos das rosas dos ventos na época das grandes navegações, uma bússola da época que tinha um significado ligado a novos horizontes, novos significados", conta Humberto, sobre as obras, compostas sobretudo a partir da pandemia. 

Pelo menos 12 esculturas em madeira policromada, algumas de base para chão, parede ou em formato de móbiles, feitas de madeira de refugo, integram a exposição.

"Um desses trabalhos se chama 'Escada para Sair da Dor'’ , título inspirado numa obra de Roberto Lúcio chamada 'Escada para o Céu'", conta ele, sobre um fazer artístico que pode tomar várias direções, sugerir setas e caminhos convergentes, distintos ou cruzados.

Vivencial, 50 anos
"A gente fazia de tudo, só não atuei porque eu esquecia o texto", discorre ele, sob risos, ao comentar sobre sua passagem no grupo teatral Vivencial, que em maio deste ano reuniu membros do grupo em bate-papo festivo na Estação da Luz, para celebrar cinco décadas de existência.
 

"Eu conhecia as pessoas da trupe, circulava muito, me chamavam 'Humba de Las Noches', porque achavam que eu era multiplicado", complementa Humberto, um sempre "fascinado pelo universo".

Para Bruno Albertim, curador da Estação da Luz, Humberto Peixoto é um artista de obras requintadas e que será redescoberto com a exposição.

"Como um artista de obra tão sofisticada, do ponto de vista do pensamento anterior à sua realização e de resultado tão lúdico e esteticamente tão magnético, tinha ficado discreto por tantos anos?", questiona Albertim, sobre Humberto, que nunca parou de trabalhar - pela/para arte.

"Desde criança sempre tive uma inclinação forte para criar coisas novas com objetos. Essa dimensão erótica da criação, do prazer ligado ao criar, sempre esteve presente em mim. Mesmo hoje, com 76 anos, quando estou trabalhando, consigo ficar até 11 horas seguidas no ateliê. Me esqueço do resto". 

Serviço
Exposição "Humberto Peixoto: Linhas Cruzadas"
Quando: abertura nesta terça-feira (15), a partir das 19h, até 3 de novembro
Onde: Casa Estação da Luz - Rua Prudente de Moraes, 313, Carmo, Olinda
Acesso gratuito



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